A doença cardiovascular e as condições cardiometabólicas são as principais causas de morte no mundo e, com a pandemia da Covid-19, cresceu nos últimos anos o número de novos casos e aumentou a demanda dos cuidados cardiometabólicos e por intervenções no estilo de vida. Com isso, vem a necessidade de atualização dos profissionais médicos de diversas áreas. Com esta nova demanda, o Centro Universitário Serra dos Órgãos (Unifeso) lança, com pioneirismo na região, a especialização para o médico que pretende estar dentro deste contexto atual: a Pós-Graduação Médica em Cardiometabologia.

A coordenação geral do curso é do Dr. Evandro Tinoco Mesquita, médico cardiologista, doutor em Cardiologia pela USP, Fundador do Instituto Cardiologia para o Rio (ICPR), professor titular de Cardiologia da Universidade Federal Fluminense e atual Vice-presidente da Sociedade Interamericana de Cardiologia (SIAC). Ele é titular da Cardiologia da Santa Casa do Rio de Janeiro, uma instituição de assistência médico-hospitalar, que tem como sua maior característica um alto padrão de qualidade e excelência clínica, com corpo médico que é referência em suas áreas de atuação.

O Dr. Evandro chama a atenção para a necessidade do médico, seja ele médico de família, cardiologista, clínico geral, geriatra, pediatra, nefrologista ou endocrinologista, entre outras especialidades, em abraçar este conjunto de conhecimentos e competências para poder atuar no contexto da sindemia, a interação de um doença que surge e a Covid veio escancarar, justamente a doença Cardiometabólica Crônica. “Ela engloba a hipertensão, diabetes, obesidade e dislipidemia, levando o paciente à doença cardiovascular prematura, risco de infarto, AVC, insuficiência cardíaca e uma série de complicações endócrinas metabólicas e hormonais, no homem e na mulher. A mulher, por exemplo, pode vir a desenvolver a síndrome do ovário policístico, o risco de câncer e a doença renal crônica. Notamos que era uma condição pouco enxergada antes da pandemia e se tornou um grupo de alto risco, e isso vem acontecendo em toda a América Latina”, revela o Dr. Evandro.

Na função de vice-presidente da Sociedade Interamericana de Cardiologia, o Dr. Evandro conta que tem como meta chamar a atenção e criar ferramentas educacionais para este novo cenário na saúde. Em sua trajetória como professor e educador, identificando a necessidade da população, ele é incansável na busca por novas competências, como a cardiologia em conexão com a endocrinologia, e metabologia, entre outras áreas, construindo novas possibilidades para a capacitação médica,com a nova pós- graduação médica em Cardiometabologia no Unifeso.

“Vemos na Santa Casa de Misericórdia, assim como na UFF, muitas pessoas atendidas pelo Sistema Único de Saúde (SUS), já precocemente com estas doenças cardiometabólicas no seu grande espectro clínico. Portanto, é de suma importância trazer estes conceitos para um cidade que já tem a Medicina de Família já desenvolvida e bem madura, onde formam-se clínicos generalistas, médicos de família, ginecologistas, pediatras, entre outros especialistas através do Unifeso”, observou o Dr Evandro. Ele ressalta que tais profissionais atendem a população de uma região que se tornou um polo educacional e tecnológico, além de já ser um polo turístico, gastronômico e de entretenimento, e com a pandemia, muitos profissionais vieram para a Região Serrana e arredores, cidades mais tranquilas, para trabalhar em home office, o que muitas vezes acarreta em um mudança no estilo de vida, diminuindo a atividade física e gerando maior chance de obesidade, sobrepeso e hipertensão.

“Fico feliz em ter sido agraciado pela Santa Casa de Misericórdia de poder construir uma parceria com uma faculdade de Medicina, que tem um papel de transformar a saúde no Brasil e a atender os novos desafios. Movido por este desafio, junto com os colegas da Santa Casa de Misericórdia, endocrinologistas e colegas da Feso, desenhamos este curso, que esperamos que alcance e atenda às necessidades dos colegas médicos”, contou o coordenador da pós médica. Segundo ele, o programa educacional traz um conjunto de competências, habilidades, conhecimentos e atitudes para que o médico possa gerenciar os pacientes e oferecer a eles o melhor, podendo cuidar deles ao longo da vida, evitando complicações e reduzindo o impacto destas condições presentes em pessoas com a síndrome cardiometabólica crônica.

Por Giovana Campos