Unifeso - Fato ou fake? Democracia e Tecnologia em pauta no IV Confeso

CENTRO UNIVERSITÁRIO SERRA DOS ÓRGÃOS




Fato ou fake? Democracia e Tecnologia em pauta no IV Confeso

03-09-2019

O momento atual nos tem imposto o avanço incontrolável da tecnologia associado ao capitalismo. Candidatos têm sido eleitos graças à arquitetura algorítmica primorosa construída pela utilização crescente das mídias sociais. Onde fica, então, a democracia nessa realidade hiperconectada? 

Em meio a esse cenário, a experiência democrática foi repensada, debatida e redimensionada na mesa redonda “Democracia e Tecnologia”, que aconteceu, dia 29 de agosto, durante o IV Congresso Acadêmico-Científico do Unifeso (IV Confeso). Participaram do debate Gilberto Scofield, especialista em comunicação e marketing digital e diretor de Negócios e Estratégia da Agência de Checagem de Fatos Lupa; Ana Maria Gomes de Almeida, diretora do Centro de Ciências Humanas e Sociais (CCHS) do Unifeso; Leonardo Figueiredo Barbosa, coordenador do curso de graduação em Direito; Tiago Regis de Lima, professor do curso de Psicologia; e Leandro Chernicharo, professor dos cursos de graduação em Ciência da Computação, Engenharia Civil e Engenharia de Produção.

Cada participante expôs sua visão sobre o tema e, em seguida, aconteceu um bate-papo entre os representantes da mesa, além de perguntas da plateia. “Acho que o momento é de muita conversa e reflexão, e o meio acadêmico é o local ideal para isso”, enfatizou a professora Ana Maria.

Gilberto Scofield explicou que a Agência Lupa, da qual é diretor, é uma agência de notícias que vende conteúdo checado, ou fact-checking, e destacou a vulgarização da expressão fake news nos dias atuais. “Os checadores de fatos não gostam de usar a expressão fake news, porque se é fake não é news, ou seja, se é notícia não é pra ser falsa. Jornalisticamente falando, a notícia tem que ser verdadeira. Por outro lado, há uma apropriação indevida da expressão. No debate político, escutamos muito falarem que uma acusação é uma fake news, por exemplo. Uma acusação, geralmente, é baseada em uma denúncia. Quando querem dizer que a denúncia não tem fundamento, dizem que ela é fake news, e não é isso”, ressaltou. 

Gilberto ainda lembrou que a grande ameaça à questão democrática hoje é o ecossistema da desinformação. Segundo ele, isso virou estratégia de conquista de poder. “O perigo da desinformação é a contaminação do debate público, que perde em qualidade e em impacto quando se usa a desinformação para manipulá-lo. Para entender esse ecossistema, temos que compreender que ele é composto por três elementos: diferentes tipos de conteúdo criados e compartilhados, a motivação por trás de quem cria esses conteúdos e a forma como esses conteúdos são disseminados”, explicou. 

Por Juliana Lila

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