A vida é feita de caminhos que se cruzam e que deixam marcos e aprendizados para sempre. E, para “integrar vidas”, a nona e última edição do projeto PET-Saúde Interprofissionalidade Unifeso - 2019/2020 contou com a participação de 91 membros de diferentes cursos da saúde (Biomedicina, Ciências Biológicas, Enfermagem, Farmácia, Fisioterapia, Medicina, Medicina Veterinária, Nutrição, Odontologia e Psicologia) e preceptores de Unidades Básicas de Saúde e UPA de Teresópolis.   

Os membros encerraram as atividades em evento virtual realizado em março: o IV Seminário, que abordou o tema “Afetações do percurso formativo e avaliativo do Projeto 96” e teve participação da coordenadora geral, professora Mariana Beatriz Arcuri, membros do PET, coordenadores de curso do CCS, professores, estudantes e de parceiros institucionais e da rede de atenção à saúde do município.

O PET- Saúde Interprofissionalidade, após dois anos de desenvolvimento, finalizou, com a sua nova edição, em abril de 2021. A parceria com a Secretaria Municipal de Saúde de Teresópolis e Ministério da Saúde, por intermédio da Secretaria de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde (SGTES) e o Ministério da Educação, foi uma excelente oportunidade para desenvolver o trabalho integrado, interdisciplinar e interprofissional entre docentes, estudantes, profissionais de saúde e comunidade.

O programa PET-Saúde foi alinhado ao Marco da Educação Profissional e Prática Colaborativa, que define Educação Interprofissional como “quando duas ou mais profissões aprendem sobre os outros, com os outros e entre si para a efetiva colaboração e melhora dos resultados na saúde”, de acordo com a publicação da Organização Mundial da Saúde (OMS, 2010).

IV Seminário

A professora Mariana Arcuri fez a abertura do evento, destacando o histórico da instituição na trajetória de vários projetos, sempre com a parceria da Secretaria Municipal de Saúde de Teresópolis. “Especificamente, neste PET, a ideia nasceu com foco na população da Fazenda Ermitage, e assim surgiu o projeto IETC -  Integrando Vidas!”, disse a coordenadora geral do projeto. 

Mariana destacou ainda o atravessamento sofrido pelo projeto no ano de 2020 devido à crise sanitária causada pela pandemia da Covid-19, o que levou ao distanciamento social e à necessidade de adaptação das atividades do projeto. “A utilização das tecnologias digitais de comunicação e informação em saúde assumiram um lugar importante para suprir certas necessidades que o contexto da crise nos impôs, outras perspectivas de interação e contatos sociais foram desenhados. Encontros e reuniões virtuais passaram a ocorrer por plataformas digitais e mídias sociais, o que foi fundamental para reduzir o afastamento, aliviar o sofrimento e aquecer os corações”, observou Mariana, grata pela oportunidade e pela participação de todos envolvidos. “A caminhada de dois anos no PET gerou muitos frutos de uma construção coletiva, colaborativa e significativa”, comemorou. 

Os produtos deixados pelo PET para Instituição renderão o lançamento, em breve, do livro com as experiências exitosas realizadas nestes 24 meses, e o oferecimento, no segundo semestre de 2021, de uma disciplina para estudantes sobre a Educação Interprofissional (EIP), programa de monitoria interprofissional, grupo de estudo, pesquisa e extensão em educação interprofissional, fortalecimento da linha de pesquisa institucional – EIP e, ainda, muitos frutos e aprendizados que continuarão na instituição, no serviço de saúde do município e na Fazenda Ermitage, onde o projeto foi desenvolvido.

Este IV Seminário contou com apresentações das experiências exitosas que afetaram o percurso formativo realizadas no âmbito dos cincos Grupos Tutoriais (GT) e da relevância do PET-Saúde enquanto política indutora da formação em Saúde e qualificação do serviço de saúde. Após a apresentação do seu GT, muito emotivo, o professor José Carlos, coordenador do GT 1, agradeceu a todos, especialmente ao seu grupo e aos moradores do condomínio Azaléias, pelas valiosas vivências sobre relacionamento interpessoal para implementação do cuidado qualificado em saúde que possibilite a interprofissionalidade.

A professora Ana Brasílio, coordenadora do GT 2, destacou “o momento desafiador que vivemos durante o desenvolvimento do projeto, momento de dor, diante de tantas mortes derivadas da pandemia. Trabalhar a interprofissionalidade não é uma tarefa fácil e requer empatia e necessidade de trabalhar com as diferenças”.

O médico Yago Andrade, egresso do curso de Medicina e participante do PET –Saúde trouxe um depoimento sobre a importância da interprofissionalidade no seu trabalho atual que é estar na linha de frente da COVID-19, no maior hospital de campanha da América Latina, montado em São Paulo. Ele colocou “o quanto isso o ajudou a qualificar o cuidado com o paciente”

A professora Joelma de Rezende Fernandes, coordenadora do GT 3, acrescentou que “o PET-Saúde Interprofissionalidade, como programa indutor da formação de profissionais de qualidade e da qualificação do trabalhador da saúde, tem como premissa a integração do serviço e comunidade, de forma colaborativa e interprofissional, com todos aprendendo juntos para trabalhar juntos”. De forma emocionada, falou sobre o percurso vivido por seu grupo, com momentos intensos de aprendizado. Relatou a necessidade de se reinventar na pandemia, utilizando a criatividade para vencer, com troca e compartilhamento. 

Marina Freire, tutora do PET; Flavia Tayt-Sohn, preceptora; e Laís Mello, estudante, trouxeram falas relacionadas aos seus percursos de afetação vividos durante o PET. A professora Benisia Cordeiro, coordenadora do GT 4, ressaltou o grande comprometimento dos estudantes, o trabalho colaborativo realizado, e a importância de se ter trabalhado de forma a garantir o cuidado realizado na Fazenda Ermitage. “O acompanhamento das linhas de cuidado proporcionado pelo PET-Saúde Interprofissionalidade tornou possível o estudante assumir um papel de sujeito transformador na construção de uma visão de saúde ampliada, pois oportunizou a realização das práticas colaborativas em práticas transformadoras, articuladas à humanização e à percepção integral do usuário frente à atuação interprofissional na atenção do SUS”, disse. 

A tutora Geórgia Lobato agradeceu a oportunidade de participar do PET, “pois a experiência foi muito significativa para fortalecer a certeza de que temos que implantar a interprofissionalidade curricularmente nos cursos de saúde do Unifeso”.

A professora Renata Mendes, coordenadora do GT 5, compartilhou a experiência do seu grupo de trabalho e ressaltou as conquistas e aprendizado vividos. A professora Mariana Arcuri encerrou o evento, reiterando o compromisso da instituição no amparo à saúde de Teresópolis e citou os profissionais de saúde do município, “que, apesar do momento da pandemia, não abandonaram as atividades do PET-Saúde interprofissionalidade Unifeso.

Por Giovana Campos