Unifeso - Projeto Proteger Teresópolis se prepara para a segunda fase de coleta de dados

CENTRO UNIVERSITÁRIO SERRA DOS ÓRGÃOS




Projeto Proteger Teresópolis se prepara para a segunda fase de coleta de dados

21-05-2021

Mudar a realidade. Esse é o objetivo do Proteger Teresópolis, um projeto do Centro Universitário Serra dos Órgãos (Unifeso) em parceria com a Prefeitura Municipal de Teresópolis, por meio da Secretaria Municipal de Defesa Civil. Nos dias 18 e 20 de maio, foi feita a capacitação dos 70 estudantes que participarão da segunda etapa do projeto, que atenderá as regiões periféricas ao Bairro de São Pedro, como Perpétuo, Pimentel, Rosário, Barroso e arredores. Trata-se da região da cidade com maior densidade populacional, estima-se que cerca de 60 mil pessoas vivam na área.

Os estudantes Lucca da Silva Rufino, do curso de Enfermagem, e Mariana de Oliveira Santos, do curso de Medicina, participaram da primeira fase do projeto e deram seus depoimentos aos alunos que vão encaram o projeto em 2021. “Falar do Proteger é muito bom porque propicia uma experiência e um aprendizado muito grandes, independente da área. É uma vivência também de gratidão. Devemos entrar com o pensamento de mudar a vida das pessoas. Após o projeto, passamos a ter uma outra visão da comunidade. Independentemente da área e do curso, todos nós vamos trabalhar com pessoas, e lá vamos encontrar essas pessoas”, contou Lucca. 

Mariana destacou a importância de os estudantes levarem informação para a comunidade. “São famílias que moram em situações precárias e muitas não têm acesso à educação e nem à informação. E nós, como estudantes, podemos suprir essa falta, podemos passar orientações em relação à higiene, por exemplo. É uma oportunidade que temos de fazer por essas pessoas, em todas as áreas. A interprofissionalidade é a chave do projeto”, destacou.

O Proteger Teresópolis tem por objetivo reduzir a vulnerabilidade de Teresópolis aos desastres naturais, em especial àqueles decorrentes das chuvas, por meio de diagnóstico de risco, preparação comunitária, análise geotécnica e aperfeiçoamento do sistema de monitoramento e gestão. Professor Thiago de Souza Carnavale, do curso de Engenharia Civil lembrou que o Proteger é uma ferramenta de diagnóstico. “Neste primeiro momento, estamos fazendo um levantamento de dados que permita que, com o passar do tempo e a consolidação desses dados dessa plataforma, a gente consiga processar esses dados gerando informação. Cada uma das áreas envolvidas vai conseguir olhar esses dados de maneira peculiar. E essa peculiaridade, com a vivência de vocês no dia a dia, vai permitir novos olhares e a constituição de soluções inovadoras para problemas que são muito antigos”, disse. 

Segundo o professor, trata-se de um projeto sem precedentes, pois o trabalho é feito em áreas complexas em diferentes níveis: geológico, geomorfológico, geográfico, de relações sociais e na questão da ausência de ordenamento da ocupação do espaço urbano. “Vocês podem procurar na internet referências científicas sobre constituição de banco de dados socioambientais e, certamente, não haverá nada desta magnitude. Sobretudo para áreas de vulnerabilidade social elevada, nada foi feito dentro desse contexto. A complexidade que se impõe nas áreas que estamos estudando é algo sem precedentes em termos de pesquisa e de administração pública”, ressaltou Thiago.

Anderson Duarte, coordenador de Extensão, lembrou que o material que vai permitir à administração pública da cidade a tomar decisões e a construir políticas públicas a partir de dados científicos. “O que vai definir as políticas públicas de habitação e de ocupação dos solos serão os dados científicos e não mais a percepção dos governantes. Então, já dá para se ter uma ideia da importância desse projeto para o município”, falou. 

Curso de Direito é novidade

Uma das novidades nessa segunda etapa do projeto é a participação do curso de Direito, que chega para suprir uma necessidade encontrada na primeira etapa do projeto: trabalhar a questão legal, a segurança jurídica. “O curso entra para atuar na área de regularização fundiária, que é um problema latente na região. Há muita ocupação sem regulamentação, então as pessoas têm posse, mas não têm propriedade, e isso dificulta uma série de outras coisas quando se tem uma tragédia, e é necessário fazer o apoio a essas pessoas. Ficamos felizes em poder contribuir”, disse o professor Lucas Baffi, coordenador do curso de Direito.

O treinamento contou também com a participação de representantes da Defesa Civil, que fazem todo o acompanhamento, as orientações e o apoio aos estudantes nas incursões nas comunidades. Segundo Jacinto Nascimento, diretor operacional da Defesa Civil de Teresópolis, a abordagem às pessoas é um ponto importante de atenção. “Temos que trabalhar com o convencimento, já que muitas vezes vamos encontrar pessoas que não querem dar entrevista, e ser o mais cortês possível na abordagem, pois vamos nos deparar com situações que vão tocar o coração”, compartilhou.



Por Juliana Lila

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