Nesta sexta-feira, dia 5 de abril, aconteceu uma das atividades práticas do curso de Medicina mais aguardadas do semestre: o Grande Acidente, quando calouros são surpreendidos com uma cena inusitada: carros acidentados e múltiplas vítimas, com ferimentos diversos, espalhadas pelo chão. A atividade aconteceu no no pátio do campus Antonio Paulo Capanema de Souza, no Alto. A atividade contou com a participação do 16º Grupamento do Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Rio de Janeiro (CBMERJ), que realizou uma operação simulada e explicou aos estudantes o protocolo utilizado para atendimento e resgate de uma vítima presa às ferragens do automóvel.

Os novatos chegam ao cenário de acidente com a missão de prestar os primeiros socorros às vítimas que, em sua maioria, são veteranos do curso. A caloura Julia Nimrichter, confessa que ficou tensa com a atividade, “mas a gente aprendeu bastante coisa, e eu achei que foi muito importante pra gente aprender a trabalhar em equipe, a não largar o paciente também, estar sempre atento, observar o que está acontecendo no ambiente, entre outras lições importantes para nossa formação”.

Paola Dulfe, do segundo período, teve a oportunidade de participar do evento de outra perspectiva. “No semestre passado foi muito legal, a gente fica muito perdido, como recém-chegado não sabe muito o que fazer, mas a experiência de participar agora como vítima foi incrível, assim, de viver do outro lado, ver como que é difícil mesmo pensar rápido e agir sem muito conhecimento”, notou a estudante.

A professora Cláudia Ribeiro, do curso de Medicina, destacou nesta edição do evento o protagonismo dos estudantes do segundo período. “Eles fizeram a recepção dos calouros e toda a dinâmica de apresentação da atividade lá no auditório”, apontou. Segundo ela, “estamos realizando o Grande Acidente desde o segundo semestre de 2005. Só teve uma paralisação no período de pandemia, mas retornamos semestre passado”.

A professora Carla Cunto, coordenadora do eixo de Semiotécnica, que vai do primeiro ao oitavo período, lidera um time formado por 32 professores e 33 monitores dedicados a essa área vital da formação profissional em saúde. “Nosso centro de práticas integradas é o coração pulsante onde todas as habilidades práticas e técnicas ganham vida. Recentemente, em nosso esforço contínuo para inovar e aprimorar o aprendizado, introduzimos uma iniciativa que considero revolucionária para este semestre: a implementação de casos clínicos reais em nossas práticas. Esses casos proporcionam aos nossos estudantes a oportunidade de vivenciar e aplicar as habilidades técnicas que aprendem em sala de aula, do primeiro ao oitavo período”, relatou.

Segundo ela, com uma equipe dedicada de professores e monitores, foi registrada no evento cada habilidade em ação. “Essas gravações são então transformadas em valiosos recursos educacionais, permitindo-nos criar objetos pedagógicos que podem ser utilizados em diversas estratégias de ensino, desde assistir aos vídeos antes das aulas para preparação até a aplicação prática durante as atividades. Esses recursos promovem uma abordagem ativa e engajadora para o aprendizado”, explicou Carla.

Ela complementa ainda que “é essencial entender que, embora o eixo de Semiotécnica seja fundamental para a prática médica, nossa abordagem não se limita a simplesmente observar. Queremos que nossos estudantes pensem, reflitam e pratiquem ativamente, e é exatamente isso que esses recursos oferecem. Estamos entusiasmados com os resultados positivos que já vimos desde a implementação inicial com o primeiro período. Agora, estamos expandindo essa iniciativa para abranger todos os períodos, oferecendo aos nossos estudantes uma experiência de aprendizado ainda mais rica e envolvente. Estamos confiantes de que essa abordagem continuará a preparar nossos estudantes para se tornarem profissionais de saúde excepcionais", disse Carla.

Por Giovana Campos