Em 2020, o curso de Medicina veterinária do Centro Universitário Serra dos Órgãos anunciou uma ótima notícia: o curso havia sido incluído na relação de instituições de ensino superior acreditadas na American Veterinary Medical Association (Associação Americana de Medicina Veterinária), o que possibilita validar o diploma do Unifeso para o exercício da profissão nos Estados Unidos e no Canadá.

Um passo importante para alunos e egressos, que sonham em seguir a carreira no exterior, como Mary Elise McTague, norte-americana que se formou em Medicina Veterinária no Unifeso. Com a mãe brasileira e pai americano, ela tem dupla cidadania, morou nos EUA e fez lá a sua primeira graduação, em História, pela Universidade da Georgia. Durante a faculdade, em 2012, ela teve a oportunidade de fazer um intercâmbio no Brasil, foi quando começou a praticar a língua portuguesa. A partir daí, decidiu correr atrás do seu sonho de se tornar médica veterinária e optou pelo Brasil. “Só tem 25 faculdades nos EUA de Medicina Veterinária. Além de ser muito caro, é muito difícil ingressar neste curso”, revelou a estudante. Então ela aproveitou a oportunidade para vir para o Brasil, morar em Teresópolis já que na cidade tinha como morar com familiares que, inclusive, empreendem na área da Medicina Veterinária.

Ela conta que o grande desafio foi entender o Sistema Único de Saúde no Brasil e, com isso, compreender o funcionamento das leis e as regras no Brasil para quem exerce a profissão, já que, na percepção dela, a metodologia nos EUA é diferente. “Nos EUA os alunos têm uma aula só dedicada à Cardiologia, ou só à Pneumologia, por exemplo. Mas eles não têm aulas sobre as legislações, sobre os alimentos. Enfim, eu achava super estranho mas, na verdade, não é só o sistema de ensino diferente, é um sistema de saúde diferente no geral. Então comecei a entender a importância deste sistema de educação do Unifeso, que é super bacana. Uma oportunidade de receber pessoas que, economicamente, não poderiam estar em clínicas particulares. E o Unifeso deixava os alunos ver uma grande variedade de casos, de doenças interessantes, de uma maneira acessível para todos. Achei bem bacana isso”, relembra Mary.

No entanto, continuar no Brasil após se formar não seria possível para ela, devido à distância dos pais, então ela decidiu retornar para os EUA. “Minha mãe ficou doente, e eu quis ter a oportunidade de ficar perto dela por mais tempo, por isso pensei que seria a hora de validar o meu diploma, para ter a chance de ficar mais tempo com ela”, explica.

Mary revela que não foi tão simples validar o diploma, não conhecia ninguém que tinha feito o processo e teve que correr atrás das alternativas mais viáveis para ela, mas garante que valeu a pena. “O processo foi difícil. Tinha duas opções: ou eu podia fazer um ano de Medicina Veterinária nos EUA, ficando em algumas especialidades por algum tempo, ou podia fazer uma prova muito difícil, cara e de difícil aprovação. Então optei por fazer mais um ano de faculdade aqui. Hoje, eu ganho bem mais do que ganharia no Brasil, e recebi muitas ofertas de emprego depois de validar o meu diploma”, comemora a egressa do Unifeso, que está atuando na área de Clínica de Pequenos Animais, na Kennesaw Mountain Animal Hospital, unidade situada no estado americano da Geórgia. “Está sendo muito bacana,aqui faço um pouco de tudo, como a ultrassonografia, avaliação do Raio X, e a cirurgia, por exemplo”, conta a jovem, observando que “é difícil pular de um sistema de saúde para o outro, mas eu consegui, então acho que qualquer aluno do Unifeso pode conseguir”.

Por Giovana Campos