De 26 a 30 de julho, aconteceu em Teresópolis a Caravana Sinos, uma ação do Sistema Nacional de Orquestras Sociais (Sinos), cujo foco é a capacitação de professores, de monitores, de alunos, de instrumentistas e de regentes das orquestras de projetos sociais, com aulas dedicadas ao ensino e à prática de diferentes instrumentos e à regência, entre outras.
As atividades, gratuitas, aconteceram no Centro Cultural Feso Pro Arte (CCFPA), que recebeu o time de profissionais de música integrantes da rede do Sinos e alunos de projetos sociais ligados à música, da Região Serrana do estado do Rio de Janeiro. Durante as manhãs, os participantes tiveram aulas técnicas de instrumentos e, à tarde, ensaios de orquestra. A culminância do projeto aconteceu no domingo, dia 30 de julho, quando os alunos fizeram um concerto, no Teatro Higino.
“É um sonho receber a Caravana Sinos. Sou de Teresópolis, mas fiz a minha carreira toda indo para outras cidades, outros estados e outros países. Nunca vi um movimento como este acontecer aqui. Sempre ouvi falar dos antigos festivais da Pro Arte, nos anos 70 e 80, quando músicos ganhavam bolsas para estudar na Europa, mas eu nunca vivi isso. Todo esse sonho que perpassa a minha memória e a memória da cidade está hoje aqui. Poder retomar a história musical da Pro Arte é indescritível, é, de fato, a realização de um sonho”, disse Leonardo Pinto, violinista e diretor Artístico da Orquestra Feso Pro Arte (Ofesp).
“Esta edição da Caravana Sinos está sendo ótima. Em 1988, quando eu era estudante, fiz um curso aqui na Pro Arte, então estou tendo a oportunidade de rever este espaço. O trabalho da caravana é muito importante para a divulgação da música, e Teresópolis está em um momento de retomada musical, então é muito bom participar deste processo. Estou com uma turma ótima de 11 alunos, e não é sempre que encontramos uma turma tão grande assim. Espero que haja muitas outras edições como esta”, falou Voila Marques, professora de contrabaixo e membro da Orquestra Sinfônica da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UFRJ).
Daniel Guedes, professor de violino da UFRJ, também contou que já havia tocado na Pro Arte. Porém, foi a primeira vez que lecionou na caravana. “Está sendo muito legal fazer esse trabalho didático com tantos jovens da região. Um pessoal muito interessado, que quer aprender, que sonha em ser músico, e isso dá muita esperança para a música de concerto no Brasil. É gratificante ver que há um investimento na educação dos jovens através da música. Esperamos que isso se multiplique cada vez mais”, disse.
Mateus Ceccato, professor de violoncelo e membro da Orquestra Sinfônica da UFRJ, é de Angra dos Reis, uma cidade que, assim como Teresópolis, precisa desse tipo de incentivo. “Para mim está sendo uma ótima experiência. Aprendemos muito com os alunos. Relembrar a época em que participava desses festivais, traz-me muitas lembranças. E posso dizer que só tenho a minha profissão por conta desses festivais. São eles que formam os futuros músicos e que mantêm vivo o futuro das orquestras”, pontuou.
Para os alunos, a caravana também foi uma experiência proveitosa. André Ramos é de Petrópolis e toca violoncelo há sete anos. Atualmente está cursando bacharelado em violoncelo na Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF). “É a primeira vez que participo do Sinos, e está sendo gratificante. A caravana é uma proposta muito válida para quem mora no interior do estado, pois traz acesso para as pessoas de forma gratuita”, falou.
Larissa dos Santos Silva, de 18 anos, também participou da caravana pela primeira vez. “Estou nervosa, porque é num ritmo diferente do que eu estou acostumada, mas vou levar essa experiência para a vida”, disse a aluna, que toca violino desde os 11 anos e participa de projetos como o da Orquestra de Câmara do Palácio Itaboraí e da Orquestra Fiocruz Petrópolis.
Por Juliana Lila
