Estudantes de Enfermagem do Centro Universitário Serra dos Órgãos (Unifeso) puderam participar do workshop “O atendimento à mulher vítima de violência”, promovido, no dia 20 de agosto, pela Liga de Enfermagem em Saúde da Mulher. Na ocasião, o enfermeiro egresso Douglas Willian Dias falou sobre a sua experiência na Escola de Enfermagem Anna Nery, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), onde atualmente faz residência em Enfermagem em Saúde da Família.
O tema do workshop foi uma escolha dos associados do Diretório Acadêmico de Enfermagem. O objetivo do evento foi sensibilizar os estudantes sobre uma abordagem qualificada e humanizada e despertar os princípios éticos da profissão, ressaltando a sistematização da assistência nos mais diversos níveis de atenção em que o enfermeiro atua.
Douglas disse que o programa de Saúde da Família é muito rico porque acaba abrangendo vários outros cenários da rede de saúde. “Meu programa de residência tem uma particularidade muito bacana porque não fica só na unidade básica, rodamos em outros serviços como, por exemplo, emergência, maternidade e a Sala Lilás, que é o tema da apresentação de hoje”, contou.
Segundo o palestrante, a Sala Lilás é um espaço criado para prestar atendimento especializado e humanizado às mulheres vítimas de violências física e sexual, e funciona dentro do Instituto Médico Legal (IML). O projeto é o resultado de uma parceria da Polícia Civil com o Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, a Secretaria Estadual de Saúde, a Secretaria Municipal de Saúde e o Rio Solidário. “Lá as mulheres são acolhidas, é feito o primeiro atendimento, identificamos os principais riscos e a vulnerabilidade frente ao agressor. Posteriormente, ela é encaminhada ao exame de corpo de delito e a outros cuidados”, explicou.
Douglas apresentou alguns dados do Mapa da Violência de 2012 e mostrou que, em relação aos homicídios de mulheres no Brasil, duas em cada três pessoas atendidas no SUS, em razão de violência doméstica ou sexual, são mulheres. Em 51,6% dos atendimentos foi registrada reincidência no exercício da violência contra a mulher. “A gente vê notícias e imagens horríveis sobre violência doméstica e pensamos que nunca vamos atender esses casos. Mas acreditem, atendemos e com mais frequência do que se imagina”, afirmou.
Por Juliana Lila
