O Teatro Feso foi o cenário do 1º Colóquio de Mediação de Conflitos Culturais, realizado no dia 26 de junho. O evento marcou o lançamento oficial da Academia da Cultura Popular, uma iniciativa do Coletivo AMArte em parceria com a Feso Pro Arte, com apoio do Programa Nacional dos Comitês de Cultura do Ministério da Cultura (MinC).

O colóquio reuniu especialistas, pesquisadores, artistas, gestores e representantes de coletivos culturais para debater os conflitos que atravessam o campo da cultura, como disputas em espaços públicos, tensões religiosas e os desafios nas políticas públicas. A abordagem proposta parte de uma perspectiva colaborativa e territorial, buscando soluções por meio do diálogo.

A programação contou com apresentações do Coral 50+ da FESO Pro Arte, do grupo Jongo do Quintal das Artes e de artistas do Coletivo AMArte, além do lançamento de dois editais: o 1º Prêmio Chico Anysio de Cultura Popular de Teresópolis e o 1º Concurso de Samba Enredo do Bloco Bebe Rindo – 2026.

Entre os palestrantes do colóquio estiveram o sociólogo e pesquisador cultural Dr. Helvio Peclat, que trouxe reflexões sobre o espaço público como território legítimo de conflito e criação cultural; a doutora Lilian Duarte Costa, que abordou os conflitos invisíveis entre agentes das culturas religiosas; a Dra. Camilla Moreira, com foco na importância da mediação nas políticas públicas culturais; e a jornalista Janice Caetano, presidente do Instituto Caminho da Roça, que apresentou o Programa Nacional dos Comitês de Cultura – Região Serrana, destacando os desafios da mediação na área cultural.

Durante o evento, o jornalista Eduardo Nascimento, representante do Escritório do Ministério da Cultura no Rio de Janeiro, e a professora Edenise Antas, diretora do Centro Cultural FESO Pro Arte, também marcaram presença. Segundo Edenise, este lançamento representa uma conquista histórica para todos que atuam pela valorização da cultura como direito e instrumento de cidadania.

“A Feso é uma fundação comunitária, nascida em Teresópolis, que sempre lutou pelos princípios da democracia, da participação e do bem-estar coletivo. Para nós, que estamos nessa caminhada há tantos anos, ver esse movimento de resistência e criação cultural ganhando força é emocionante. A cultura é feita de diversidade, e é no diálogo, como ensinava Paulo Freire, que encontramos soluções. O direito à cultura, à educação e ao respeito deve ser garantido a todos os fazedores de cultura, artistas e produtores. Esta é uma luta coletiva e, como disse um professor recentemente, ‘um bloco na rua é resiliência e é resistência’. É isso que estamos fazendo aqui: construindo juntos novos caminhos para transformar a realidade por meio da cultura”, destacou a diretora do Centro Cultural Feso Pro Arte.

A recém-lançada Academia da Cultura Popular nasce com o propósito de ser um polo permanente de formação, criação e articulação das manifestações culturais populares brasileiras, como o samba de roda, o carnaval, o forró e o folclore. Através da parceria com a Feso Pro Arte, conta com um excelente estrutura para oficinas, ensaios, gravações e exposições, com a proposta de profissionalizar e gerar renda para mestres, artistas, blocos e coletivos locais.

Para o diretor de internacionalização Rogério Siqueira, a iniciativa é uma união estratégica. "A Academia é fruto da junção entre o Coletivo AMArte e a FESO Pro Arte, somando forças para ampliar a presença da cultura popular nos bairros e nas comunidades. Queremos que este seja um espaço aberto para crianças, adolescentes, idosos e todos que desejem viver e produzir cultura em Teresópolis", disse.

Rogério, assim como grande parte dos membros da Academia, é egresso das instituições mantidas pela Fundação Educacional Serra dos Órgãos (Feso), como o Centro Educacional Serra dos Órgãos (Ceso) e o Centro Universitário Serra dos Órgãos (Unifeso). Durante o evento, diversos dos presentes citaram esta história com orgulho e demonstraram carinho e gratidão à Fundação, destacando a formação humanística, educacional e profissional que receberam ao longo de sua trajetória na Feso.

Por Giovana Campos